Você viu a “polêmica das Havaianas”? Um comercial com a Fernanda Torres fez um trocadilho: em vez de “começar 2026 com o pé direito”, ela deseja que a gente comece “com os dois pés” — na estrada, na luta, “com tudo”.
Você viu a “polêmica das Havaianas”? Um comercial com a Fernanda Torres fez um trocadilho: em vez de “começar 2026 com o pé direito”, ela deseja que a gente comece “com os dois pés” — na estrada, na luta, “com tudo”. InfoMoney Aí começa o teatro: políticos e influenciadores da direita trataram a frase como provocação ideológica e puxaram boicote (Eduardo Bolsonaro jogando o chinelo no lixo; Nikolas Ferreira fazendo trocadilho com o slogan). InfoMoney +2 InfoMoney +2 Do outro lado, parlamentares da esquerda responderam — alguns lembrando que boicote pode atingir trabalhador, outros preferindo a ironia e a zoeira. CartaCapital E a marca? A marca ganha o que sempre quis: atenção grátis, disputa emocional e gente “vestindo time” por um produto. Enquanto isso, o mercado reage: ações da Alpargatas oscilaram e a empresa chegou a perder cerca de R$ 152 milhões em valor num dia, na esteira da gritaria e do boicote. InfoMoney Só que a verdade é simples e incômoda: marca não tem ideologia — tem meta. Se existe “lado” de empresa, é o lado do lucro. Se hoje convém parecer “descolada”, ela parece. Se amanhã convém pedir desculpa e mudar a campanha, ela muda. O marketing não é militância: é ferramenta de venda. Hoje as ações caem, amanhã se recupera, uma galera ganha dinheiro com a especulação na bolsa e daqui a pouco todo mundo esquece disso e usa a marca novamente... A “falsa ira” é isso: um teatro de consumo pra substituir a política de verdade — a política que mexe na estrutura. Porque a luta que assusta não é “pé direito” vs “pé esquerdo”. É classe contra classe: quem vive do trabalho contra quem vive do nosso trabalho. #ÉLUTA — Escutar • Cuidar • Organizar

